Observando

terça-feira, 4 de março de 2008


É ASSIM MEU AMOR



Feito mercúrio apertado Na palma da minha mão Escapando entre meus dedos Se espalhando pelo chão Feito fogo de cigarro Aceso na escuridão É lua cheia escondida Em noite de cerração Argila, prata, braseiro Fogo queimado palheiro Tempestade em alto mar Medo de ir embora Vontade de não ficar Estrela de muitas pontas Que não se consegue olharLampejo brilho cegante Uma dor dilacerante Lâmina em seda enrolada Coisa muito complicada Amarga, doída, doída É assim o meu amor Doce como mel de cana E som de carro-de-boi Ninguém sabe como é Nem sei dizer como foi.



(Roberto Júlio de Castro Pinto)